quinta-feira, 12 de junho de 2014

La Paz: muito alem de três palavras...

Antes de continuar, quero relatar um pouco da minha primeira impressão quando cheguei em La Paz que, inicialmente resumo em 3 palavras:

Grande: realmente não imaginava que La Paz era tão grande... Vindo de Copacabana você tem uma visão “de cima” e a cidade vai muito alem do que se pode ver.

Suja: as ruas são extremamente limpas, mas.... Poluição, pessoas urinando nas ruas e mãos sujas são campeãs para compor esse quesito...
Esse ultimo foi um dos motivos pelos quais também tive dificuldades para comer. Não sou uma pessoa fresca para comer, e quando li alguns comentários/relatos antes da viagem sobre a higiene achei que fosse um exagero, mas não eram.  Existem muitas barraquinhas de lanches nas ruas, mas as mãos das mulheres que estão preparando a comida ou os restaurantes e lanchonetes mais populares são tenebrosos.
Se você comer um desses lanches pode fazer um turismo hospitalar ou pode acontecer o mesmo que aconteceu comigo: NADA. Voltando da estrada da morte, estava morrendo de fome e não tinha absolutamente nada aberto perto do hostel onde estava hospedada. Não tive outra opção a não ser encarar um desses lanchinhos. Eu definitivamente não recomendo comê-los pois o risco de passar mal é grande, não só pela sujeira mas também pelos temperos fortes.
Deixando um pouco de lado essa sujeirinha, quero deixar registrado que fique APAIXONADA por uma das comidas típicas: QUINUA. Provei um doce feito de quinua e só posso dizer que foi uma das melhores coisas que já provei na vida!



Pobre: considerando que capitais e cedes do governo são, geralmente, mais estruturadas que as demais regiões, La Paz é uma exceção e mantém o padrão de casas sem acabamento e que lembram as construções das nossas comunidades. Alem das construções, você percebe essa pobreza nas pessoas, nos carros... Dá só uma olhada:


                Um rapaz vestido assim me abordou e: gelei!!! Na hora pensei que seria roubada, mas ele só me ofereceu seus serviços como lustrador de sapatos.


Do jeito que estou apontando parece ser um lugar horrível, mas não é e para ver a beleza por traz das dificuldades ou das coisas que não são tão boas é preciso se permitir!

terça-feira, 3 de junho de 2014

Carretera de La Muerte: QUASE fazendo jus ao nome

Decisão tomada, tour pago e já não tinha como voltar atrás. Lá fui eu fazer o famoso downhill na Carretera de La Muerte.

Vamos para alguns detalhes: (1) nunca andei mais do que 30 minutinhos de bicicleta, (2) numa descida pela montanha e (3) sem asfalto.

Estava pedindo para a estrada fazer jus ao nome, não?!

Apesar da minha cara, corpo e alma cheios de medo, acabou dando tudo certo e, definitivamente, não poderia ter feito nada melhor.

Tudo começou com a eterna reverencia a Pachamama! Mesmo que eu não acreditasse, acho que aquele não era o momento certo para quebrar as tradições...


A primeira parte do trecho é feita na estrada asfaltada que, na minha opinião, foi a pior parte. Simplesmente porque esta estrada não tem lá muita proteção, é cheia de curvas e, obvio, que decidir entre bater num outro veículo e jogar você, um turista “sem noção” que quer aventura, morro abaixo não é muito difícil de se tomar...


No começo da descida, a estrada estava pura neblina, impossível de se ver muito alem das curvas.




A estrada é estreita, irregular, úmida e para piorar temos que andar a esquerda da via. Isso mesmo, do lado do precipício...



Temos que andar a esquerda pois a estrada ainda é utilizada para veículos de médio/pequeno porte, bem como motos. Então, caso você não caia precipício abaixo, precisa estar visível para quem está subindo a estrada.

Água, barranco, cruzes fazem parte decoração da estrada...



Daí você, que lê esta história, se pergunta: “Porque você fez isso?”


(1)    Não tinha a menor noção que seria difícil,
(2)    Adoro desafios
(3)    Sou teimosa
(4)    Não tem realização maior do que ver como aquela região é linda!


07.05.2014 - Carretera de la Muerte - La Paz - Bolivia

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Rapidinha

Você lembra do post sobre minha chegada em Copacabana?!? **Copacabana**

Ainda no dia anterior, quando retornamos da Isla Del Sol, tratei de encontrar alguma agencia para me levar na Isla Uros e foi aí que me bateu o arrependimento e frustração: NÃO TINHA!

Na verdade até tinha, precisaria retornar para Puno e, contando todo tempo de viagem, precisaria de mais 2 dia, mas esse tempo eu já não. Eu realmente fique SUPER frustrada. O jeito era seguir em frente!

Naquela noite jantamos, admiramos o lago mais uma vez e, porque não, participar de uma festinha local dançando cumbia?!?!

No dia seguinte fomos para La Paz.


Um alerta aos viajantes: ônibus turístico só saem à noite mas existem ônibus locais, um ônibus geralmente um pouco menor que um ônibus normal que também te leva para La Paz, a diferença é que ele para no Cemitério e não na rodoviária. Os valores das passagens são os mesmos e passam de hora em hora. Agora é só escolher!

06.05.2014 - Copacabana/La Paz

quarta-feira, 28 de maio de 2014

IMAGINE

Hoje era o dia da Isla Del Sol, mas sinceramente não achei que fosse tão longe. Depois de uma hora e mais um pouquinho de barco chegamos.

Minha primeira impressão é que esta é como todas as outras ilhas, mas depois de uma caminhadinha ilha a dentro foi possível entender o porque esta ilha é tão deslumbrante. Preciso confessar que senti uma inveja boa de uma galera que estava acampando em posição estratégica para ver o sol se pôr.



À cada curva uma descoberta, a cada subida uma lindíssima surpresa.



Lembra que no Peru é preciso ter imaginação?! Pois é, essa imaginação precisa ser mantida na Bolívia. Nesta rocha pode ser visto a face de um Deus Inca e, por esse fato, neste lugar existem diversas homenagens com pequenas pedras e o guia disse que esta é uma pedra que traz boas energias  então vamos agradecer aquele dia maravilhoso!


Um alerta para quem pensa em cruzar de sul ao norte ou vice-versa a caminhada é longa e será muito melhor aproveitada e apreciada se ficar uma noite na ilha. Em um único dia é possível fazer a travessia mas talvez não se aprecie como se deve a incrível paisagem. Basta você informar ao responsável pelo barco que voltará no dia seguinte e ficar ligado nos horários de partida.

Necessito abri um parêntese e esse não é um parêntese tão legal quanto os outros. Um “nativo” da ilha foi guiando o grupo em troca de no final darmos uma contribuição (deixe de ser muquirana que essa não é a parte ruim).

O fato é que pela primeira vez ouvi de um boliviano sobre o quanto os descendentes de “índios” foram e são descriminados na Bolívia. Definitivamente não consigo se quer imaginar ou pensar que só pelo fato de falarem o idioma “mãe”, o Quechua, essas pessoas pudessem ser oprimidas ao ponto de serem agredidas fisicamente, quase um Apartheid Latino. A parte boa desse parêntese é que isso vem diminuindo com algumas medidas políticas e sociais.

Preciso fazer dessa publicação meu manifesto pessoal, fazendo desse trecho musical o resumo de um sonho que foi dele, que é meu e, espero que um dia, seja de todos

You may say, I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope someday you'll join us
And the world will live as one

05.05.2014 - Copacabana

terça-feira, 27 de maio de 2014

Não tem calçadão, não tem mar mas é Copacabana e tem carnaval!

Não iria arriscar e tambem não estava nem um pouco interessada em ir num lugar específico para conseguí-las, então assim que cheguei em Cusco tratei de comprar minha passagem para Puno.

É preciso dizer que tinha muita, mas muita vontade mesmo de conhecer a Isla Uros. Esse era um dos únicos motivos para visitar Puno.  Fui convencida pelo achismo!

Isso mesmo, muita gente que estava vindo de lá dizia que entre Puno e Copacabana deveria ir diretamente para Copacabana. A galera achava de seria tranquilo ir até a Isla Uros  de Copacabana. Guardem essa informação para o próximo post, ok?!

Depois de algumas horas de viagem cheguei a Puno por volta das 5 horas da manhã, não sei dizer se era intuição sexto sentido ou qualquer coisa relacionada a isso, mas alguma coisa me dizia para ficar um dia alí; ENTRETANTO a voz do “gritador oficial” de ônibus fez essa minha voz interior ficar quase muda e depois de tantos comentários resolvi comprar minha passagem para Copacabana que sairia em alguns minutos.

Um parêntese aqui para o “gritador oficial”, esse é um hábito ou profissão muito comuns nas rodoviárias do Peru e da Bolívia. Eles botam a boca no megafone de suas cordas vocais e gritam sem parar os destinos disponíveis e, quando está próximo de sair um ônibus, os gritos se tornam quase berros.

Da rodoviária era possível ver o Lago Titicaca e pude ver o sol nascer. Simplesmente incrível! Parece que você está vendo o sol nascer na praia a não ser pelo fato de ser água doce ao invés de salgada, de ser calmo e silencioso ao invés do agito e som das ondas e por fim ser MUITO frio ao invés de quente.

Subimos no ônibus e sentei ao lado de um alemão muito psicodélico; que acreditava em estrelas, ETs e numa vida transcendental; mas que era um amor de pessoa. Foi ele a minha companhia não só naquele trecho como em todo o período que estive em Copacabana.

A viagem que deveria durar cerca de 4/5h demorou quase o dobro por uma troca de guarda, ou algo muito parecido com isso, que estava acontecendo na fronteira entre Peru e Bolívia.



Chegamos de tarde na festa. Isso mesmo, Copacabana é igual a festa. Todo mundo bêbado, dançando, cantando. Aquilo para mim foi inacreditável. Acho que a sensação é a mesma de um turista quando vê o carnaval aqui no Brasil.





Até o David entrou na dança... Não sei não, mas quem sabe não tem uma relação direta com o nome da cidade?!?!


Depois de escolher um lugar para ficar e almoçarmos o jeito foi andar e continuar a ver a festa acontecer!

Vimos as agencias  para conhecermos no dia seguinte a Isla Del Sol e fechamos o dia vendo o sol se por no lago. Simplesmente sem palavras. O por do sol já é algo mágico, vê-lo de um lugar privilegiado não tem preço.



04/06/2014 - Copacabana

sábado, 24 de maio de 2014

A despedida

O Elias estava no mesmo hostel que eu e resolvemos rodar o ultimo dia pelos mueus que estavam disponíveis no boleto turístico e fazer o city tour à tarde.

Minha opinião sobre os museus não mudaram muito exceto pelo museu que fica no monumento Pachacuteq. No qual eu gostei muito e recomendo a visita!


Para o final da tarde fomos fazer o city tour que compramos na agencia do hostel mesmo. Tenho que abrir um parêntese para minha burrice aguda. Nos dias que fiquei em Cusco não peguei nem frio nem chuva mas deveria suspeitar porque o pessoal fica vendendo capa de chuva na subida dos ônibus...

Pois é, se não fosse a sugestão do Elias em comprar uma blusa tipo andina eu teria morrido congelada!
Voltando ao city tour,  fomos primeiro à Qorikancha, que não está no boleto turístico, mas vale muito a pena visitar foi uma igreja construída em cima de templos Incas. É lamentável ver como os espanhóis simplesmente DESTRUIRAM tudo que foi possível. POREM é incrível ver como os Incas eram simplesmente sensacionais! Esses templos só foram descobertos depois de um terremoto que colocou abaixo parte das estruturas de gesso aplicadas nos muros desses templos.


Sinceramente curti só essa parte do tour porque o resto foi tudo a céu aberto. Daí o frio e a chuva não nos deixaram curtir bem os lugares. Mas que são incriveis e muito interessantes de se visitar

Saqsayhuamán

Pukapukara

Tambomachay

E fechei meu boleto turístico assim:


Nesse tour conhecemos uns cariocas que me fizeram chorar de rir: Glauber e Filipi. No final do tour jantamos e fui literalmente correndo para pegar o ônibus para Puno.


Nessa esqueci meu parceiro de viagem o qual fiquei mega sentida. Ele estava velho e fedido, mas se meteu em diversas aventuras comigo, desde meu primeiro mochilão na Patagônia. A separação iria acontecer em algum momento e só tenho bons momentos a lembrar com ele. Portanto esse capitulo da viagem dedico à ele: MEU TÊNIS!



03.04.2014 - Cusco

A Cidade Perdida dos Incas e um sonho se tornando realidade!

Enfim chegou o tão esperado dia!

Eu, Elias, Jorge e JP estávamos no mesmo hostel em Águas Calientes, mas combinamos com o Anupam de nos encontrarmos em nosso hostel por volta das 5:00am  para pegarmos a primeira van e chegarmos bem cedo em Machu Picchu.

Depois mulher que é enrolada, um acordou atrasado, o outro esqueceu parte da calça no hostel... Loucura total... Mas depois de tanta enrolação conseguimos comprar os tickets e entramos na van as 6:30.

Não preciso dizer que meu coração batia forte a cada curva que a van fazia. E inveja da perseverança do pessoal que firme e forte estavam subindo a pé para chegar à Machu Picchu.

Eu definitivamente não me continha, parecia uma criança. Não conseguia parar de sorrir. Meu coração palpitava a cada passo que eu dava.

E enfim, ali estava ela. A Cidade Perdida dos Incas!


Pode parecer besteira para muitos ou só mais um ponto turístico para outros, mas para mim era um sonho se tornando realidade.



Foram anos imaginando, seis meses planejando e um dia realizando o sonho de poder estar ali e curtir aquele momento.


A adrenalina só voltou a aumentar quando foi chegando a hora de subir Waynapicchu. Ainda mais porque o Anupam ficou botando pilha porque ouviu dizer ser uma das trilhas mais difíceis e perigosas do mundo.

Bom o jeito era subir e ver no que dava. E tive a sorte de que o Elias também tinha comprado antecipadamente o ingresso e subiu comigo, o que me deixou levemente mais tranquila já que qualquer problema poderia contar com ele.


Tenho que ser sincera, se estivesse chovendo ou estivesse muito úmido na hora de subir eu realmente não teria ido. Não existe lugar para se apoiar ou segurar durante a subida e pior ainda fica para descer. Qualquer escorregão é rolar morro abaixo e muito provavelmente se juntar aos espíritos Incas.



MAS, nas condições que subimos foi tranquilo. É obvio que cansa, afinal são uns degraus desumanos de altos e uma subida de, no mínimo, 1h. Como já estava mais do que aclimatada não tive nenhum problema em relação a falta de ar, só o cansaço mesmo da subida.


Chegar lá em cima é simplesmente fascinante! A cidade Inca fica pequenininha lá de cima. Tenho que confessar que tive um certo medinho em subir nas pedras para tirar as fotos, mas o fascínio de estar ali me fez superar esse “medo”.

Curti cada segundo aquela paisagem. Já o Elias não curtiu tanto, só depois vim a descobrir que ele tinha um pouco de medo de altura e para ele não foi nada muito fácil descer, afinal você fica à todo momento olhando morro abaixo...


Terminamos todo o percurso em cerca de 2h.

Eu muito feliz, ele muito aliviado e ambos muito cansados.


Demos mais uma voltinha pela cidade e, como em tudo ele enxergam lhamas, pumas e pássaros, porque eu não poderia enxergar um coração, não posso?!?!



Enfim resolvemos voltar para Águas Calientes. Estava vindo chuva! Antes de sairmos olhei várias vezes para trás. Não queria deixar nenhum detalhe passar, queria aproveitar cada ultimo segundo naquele lugar.




Nos encontramos todos em Águas Calientes, na cidade estava acontecendo uma festa religiosa, não sei dizer bem do que era mas é no mínimo diferente.



Para nos despedirmos daquela experiência e lugar incrível era hora de comemorar! Fiz até a minha Machu Picchu!!! Não consegue ver?!?!? Se você não consegue ver não está preparado para visitar nada relacionado aos Incas....



Cada um voltou para Cusco em um horário. Daquele dia eu fui a ultima a pegar o trem. Cheguei em Cusco as 2:00am cansada mas realizada!

02.05.2014 - Águas Calientes